G1
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta terça-feira (25) que a instituição está perto de um acordo para antecipar as parcelas do empréstimo de US$ 50 bilhões ao governo da Argentina.
O anúncio foi feito por Lagarde depois de uma reunião com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, em Nova York, às margens da Assembleia Geral da ONU, aberta hoje.
“Tive um encontro muito bom com o presidente Macri. Estamos perto da linha de chegada para chegarmos a um acordo revisado entre a Argentina e o FMI, que está sujeito à aprovação do nosso Comitê Executivo”, afirmou Lagarde no Twitter.
Em entrevista coletiva após a reunião, o ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, disse que o acordo pode ser concretizado amanhã.
“O FMI está terminando o trabalho de revisão formal da proposta, vai submetê-la a uma discussão informal amanhã e, se não ocorrer nada extraordinário, estaremos de anunciar o acordo amanhã”, disse.
O próprio Dujovne afirmou no início do mês que o governo da Argentina tinha como objetivo antecipar parte dos repasses prometidos pelo FMI para tentar controlar a forte desvalorização do peso. Até então, porém, a instituição não deu datas concretas para que os empréstimos ocorram.
Após a forte queda do peso em abril e maio, Macri pediu um empréstimo ao FMI para acelerar as reformas promovidas por seu governo para reduzir o déficit fiscal do país. A situação se agravou em agosto com um novo ciclo de desvalorização cambial.
Por esse motivo, o presidente argentino anunciou a necessidade de acelerar as parcelas do empréstimo. Até o momento, o FMI repassou US$ 15 bilhões do total prometido ao governo do país.
Presidente da Argentina, Maurício Macri, e diretora geral do FMI, Christine Lagarde — Foto: Argentine Presidency/Handout via Reuters
Na véspera, o presidente do Banco Central, Luis Caputo, renunciou inesperadamente ao cargo que tinha assumido há pouco mais de 3 meses, em meio e às negociações de uma extensão do acordo de US$ 50 bilhões assinado com o FMI. Ele será substituído por Guido Sandleris, o número 2 do Ministério da Fazenda.
Sandleris disse que o principal objetivo do banco será reduzir a inflação. A expectativa é de que o país chegue ao final do ano com uma inflação de cerca de 30%.