Notícia do G1
Nos últimos cinco anos, o Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Faculdade de Rio Grande (Furg), na Região Sul do Rio Grande do Sul, atendeu 318 tartarugas debilitadas. Alguns animais conseguiram se recuperar, mas, entre os que morreram, 75% tinham lixo no organismo.
Esses dados são resultado da quantidade cada vez maior de plástico que chega aos oceanos e compromete a vida marinha. Todo ano, mais de cem mil toneladas de canudos plásticos, por exemplo, vão parar nos oceanos, segundo dados do Centro de Biologia Marinha de São Paulo.
“É uma sopa de lixo, e os animais não têm um mecanismo natural para se proteger”, diz a coordenadora do Centro de Recuperação de Animais da Furg, Paula Canabarro.
Entre os resíduos encontrados dentro das tartarugas, estavam pedaços de canudos, de sacolas plásticas, de objetos de plástico e fios de nylon. “Também já encontramos prego, tampinha de detergente, papel de bala e de chiclete”, conta Paula.
A preocupação com os animais motivou Rio Grande a ser, ao lado de Santa Maria, uma das duas primeiras cidades do estado a sancionar leis que proíbem a oferta de canudos plásticos em restaurantes e lancherias. Os estabelecimentos têm até janeiro para se adequarem. Quem não obedecer a lei, será multado e pode perder o alvará de funcionamento.
Mas, antes mesmo da obrigatoriedade, o empresário Leonardo Gomes já havia optado por trocar os canudos de plástico pelos biodegradáveis. “É um investimento que eu vale a pena, porque embora seja quase 10 vezes mais caro que o antigo canudo, ele tem um apelo ecológico que é de acordo com as ideias dos nossos clientes e da nossa loja também”, diz.
Nos supermercados da cidade já existem opções para quem quer mudar esse hábito por conta própria, passando a utilizar canudos de metal, bambu ou vidro. A funcionária pública Sabrina Oliveira já aderiu às novas alternativas.